FCPORTO-3 - Dínamo Zagreb-0
Marcadores: Lucho (20m), João Moutinho (67m) e Varela (85m)
Liga dos Campeões, grupo A, quinta jornada
21 de Novembro de 2012
Estádio do Dragão, no Porto
Assistência: 27.603 espectadores
FC PORTO: Helton; Danilo, Abdoulaye, Otamendi e Mangala; Defour, João Moutinho e Lucho (cap.); James, Jackson Martínez e Varela
Substituições: Defour por Fernando (67m), Abdoulaye por Alex Sandro (67m) e Lucho por Atsu (75m)
Não utilizados: Fabiano, Miguel Lopes, Castro e Kleber
Treinador: Vítor Pereira
150 vitórias na Europa, 100º triunfo como visitado, o F.C. Porto irredutível na fase de grupos da Liga dos Campeões. 13 pontos, liderança conservada numa noite de condução segura, avessa a obstáculos. Golos de Lucho, Moutinho e Varela (3-0)
«Depois do jogo, a caminho de casa, talvez comece a pensar no Braga». Vítor Pereira ao volante, pensando em outra coisa qualquer. Um erro comum, um sinal de alerta em todos os manuais de segurança rodoviária. A palavra não pode ser levada à letra.
Aliás, o grande mérito de Vítor Pereira é manter a concentração na estrada. Perceber que aquela via aberta, uma autêntica autoestrada com segurança garantida, um único carro em sentido contrário quase na linha do horizonte, era ainda assim sinónimo de perigo.
Liga-se o autorrádio, olha-se para o telemóvel, pensa-se no próximo dia de trabalho, no que há para fazer em casa. Em tudo, menos na tarefa em mãos: a condução segura. O essencial até aí, em chegar sem complicações ao destino, porque tudo o resto se esgota nesse princípio.
Surge um obstáculo no meio do caminho, vindo do nada, aquele condutor aparentemente inofensivo revela-se um perigo, sai da faixa contra as expectativas e o condutor perde o controlo. O Dínamo de Zagreb, sem pontos nem golos na Champions, era a tal via aberta. Vítor Pereira desconfiou.
O Dínamo de Zagreb é daqueles que não fazem mal a uma mosca. Parece. Mas não é que, no tal cenário de aparente controlo e resolução fácil, os croatas despertaram para uma bola nos ferros e um golo que só Varela evitou em cima da linha? Demasiado para um mero obstáculo de circunstância.
Segue-se um percurso sinuoso até Braga, um adversário ainda abalado pelo choque frontal no nevoeiro da Transilvânia. Sobrará tempo para preparar essa etapa, agora com o regresso de Fernando e Alex Sandro do lote de opções, eles que não destronaram Mangala e Defour mas entraram em campo para meia hora de competição.
A engrenagem portista funcionou com as peças normais, sem falta de óleo, com estabilidade nos eixos. Faltou apenas maior aderência a um tapete desgastado, o tapete do Dragão que será substituído já nesta quinta-feira, após um evidente período de perda de qualidade.
Pelo centro da faixa de rodagem, onde o F.C. Porto carbura com especial qualidade, chegariam os golos que asseguram o primeiro lugar do Grupo A, imune à vitória do Paris Saint-Germain na Ucrânia.
Ao 20º minuto de jogo, João Moutinho criou, Jackson serviu de entreposto e a bola só parou no coração da área. Lucho, que parece jogar numa velocidade própria, avesso a qualquer tipo de pressão, acreditou no seu pé esquerdo, pensou, executou, marcou. Quinto golo da temporada para El Comandante.
Antes e depois, os tais laivos do Dínamo de Zagreb, a equipa mais modesta da Liga dos Campeões mas, ainda assim, respeitável. Fez-se respeitar, aliás, num remate ao poste do criativo Sammir, para além do desenho de golo de Beqiraj, já perto do intervalo, que Varela riscou do mapa.
João Moutinho afastaria qualquer sensação de dúvida ao minuto 67, numa segunda parte sem sobressaltos para o F.C. Porto. O médio, a atravessar um momento de inspiração ofensiva, executou na perfeição um livre direto. Varela fecharia as contas na reta final.
Vítor Pereira não pensa no dinheiro mas os dragões garantem mais um milhão, chegam à importante soma de 16,6 milhões na liga milionária. Mais que isso, igualam as três vitórias em casa de 1999/2000, com Fernando Santos.
O F.C. Porto chega aos 13 pontos, como o seu treinador desejada, pensando em alcançar os 16 de 1996/97, quando Fernando Santos só perdeu pontos para o AC Milan.
A anormalidade da época passada faz Vítor Pereira ansiar por algo mais que o simples apuramento para a próxima fase. O técnico quer outro tipo de anormalidade, desta vez num registo positivo.
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