Hall of fame
António Sousa
António Augusto Gomes de Sousa nasceu no dia 28 de Abril de 1957 em São João da Madeira.
Iniciou a carreira nas categorias jovens da Sanjoanense e cumpriu apenas seis meses nos juniores, porque o treinador da equipa principal o chamou para os seniores quando tinha apenas 16 anos. Até 1975 permaneceu no clube da terra, até ao dia em que o seu trabalho e valor o levaram ao Beira-Mar. Em Aveiro, Sousa cresceu, tornou-se ídolo e depressa passou a ser alvo da cobiça de muitos clubes: F. C. Porto, Sporting, ......., Belenenses, Vitória de Guimarães e Sporting de Espinho.
Na época 1979/80 aceitou o convite para ingressar no F. C. Porto cuja equipa era treinada por José Maria Pedroto. Representou o F. C. Porto durante 8 épocas e foi o primeiro jogador do Clube a marcar um golo numa final europeia, no F. C. Porto–Juventus, em Maio de 1984, em Basileia, para a Taça das Taças. Um golo apontado após um "livre" irrepreensível e que festejou efusivamente com os colegas, apesar do seu carácter reservado. Sousa, que indubitavelmente triunfou de dragão ao peito, acabou por só ser campeão nacional uma vez, em 1987/88 (sob o comando de Tomislav Ivic), isto porque deixou o clube em 1984/85 para representar o Sporting e, curiosamente, o F. C. Porto acabou por ser campeão nacional nas duas épocas em que ele esteve ao serviço dos leões. Regressaria à Invicta em 1986/87 sagrando-se campeão da Europa e vencendo, no ano seguinte, a Taça Intercontinental. Ainda durante essa época, voltaria a evidenciar-se numa final europeia quando marcou o golo da vitória do F. C. Porto na segunda mão da Supertaça Europeia, frente ao Ajax, nas Antas.
Sousa, médio atacante de grande regularidade, era, mesmo em campo, um homem metido consigo próprio, que interiorizava quase todas as emoções até as mais vibrantes. Dono de excelente técnica distinguia-se pelo pontapé forte e colocado, bem como na marcação de livres a média distância o que fez dele um dos grandes especialistas de lances de bola parada do futebol português. Como executante, dimensionou-se pela perfeição com que assimilou todos os princípios do jogo em termos de posicionamento, sentido estratégico e capacidade para entender as contingências da luta. Converteu-se, então, numa das grandes referências do seu tempo, até pela longevidade de uma carreira que por pouco não atingia o número mágico de 500 jogos no Campeonato Nacional – fez 483! Ainda é hoje o segundo jogador com maior número de encontros na I Divisão (o primeiro é Manuel Fernandes, do Sporting, com 485 jogos). Médio de extremo requinte a executar, era precioso no modo como punha a equipa a funcionar, responsabilidade à qual acrescentava o perigo no momento de se aproximar da grande área. Pela potência, intuição e certeza do remate, o seu conceito de distância fugia ao senso comum: não precisava de se chegar muito perto da baliza para se relacionar com o golo.
Na Selecção Nacional cumpriu, sempre como titular, a totalidade dos encontros efectuados nas fases finais do Euro-84 e do Mundial-86. Para um jogador de grande regularidade exibicional na equipa das quinas, os números finais não lhe fazem toda a justiça: só 27 jogos — o último dos quais já ao serviço do Beira-Mar — e um só golo marcado; um golão, por sinal, à Espanha, no Europeu de 1984, através de espectacular lance em que fez um "chapéu" sublime ao guarda-redes contrário, Arconada.
O seu percurso no F. C. Porto chegaria ao fim na época 1988/89 quando foi um dos dispensados no processo de renovação da equipa principal, facto que nunca digeriu bem, porque estava a jogar ao seu nível, com frescura e motivação, e até porque Artur Jorge lhe dissera, semanas antes, que contava com ele para a temporada seguinte. Regressou então ao Beira-Mar, onde esteve mais quatro épocas, ao longo das quais ainda disputou uma final da Taça de Portugal, com derrota perante o FC Porto (1-3). Em final de carreira representou ainda o Gil Vicente e a Ovarense (1994/95). Depois manteve-se ligado ao futebol como treinador, cumprindo um trajecto que lhe era familiar: início na Sanjoanense (1995/96), a que se seguiu o Beira-Mar, desde Janeiro de 1997 a 2004 — um longo percurso marcado pela vitória na Taça de Portugal de 1997/98, selada com um golo fantástico do filho Ricardo.
Palmarés ao serviço do F. C. Porto:
1 Taça dos Clubes Campeões Europeus
1 Taça Intercontinental
1 Supertaça da Europa
1 Campeonato Nacional
Fonte: estrelas-do-fcp.blogspot.com
Obrigado Sousa!
O PORTO SOMOS NÓS!
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